São cada vez mais as pessoas que procuram profissionais de interiores para que os ajudem na decoração dos diferentes espaços de forma a adquirirem um estilo e funcionalidades diferenciadoras e excecionais. É gratificante ver que esta é uma profissão que ganha cada vez mais reconhecimento e que se entende que existem especialistas para trabalhar correta e eficientemente os espaços interiores. É bom de ver, sinceramente! Durante muito tempo vi este trabalho ser visto quase como uma brincadeira. As pessoas achavam que projetar espaços interiores e fazer decoração era apenas dispor móveis giros por alguém que tinha “jeitinho”, só isso! Os tempos vão mudando graças a Deus e cada vez se valoriza mais o estudo das proporções e a forma original com que se organiza as peças decorativas no espaço. Estamos no caminho certo mas ainda há muito para trilhar…
Hoje há muitos profissionais com diferentes aptidões e habilitações e é preciso perceber o que necessita na hora de escolher.
Mas tenho pena que ainda haja tantas pessoas que não entendem em concreto como deve ser a escolha do seu profissional de interiores.
Contratar um arquiteto ou decorador de interiores implica um gasto extra pelo que é necessário ter a certeza que essa contratação trás benefícios e mais valias, ou melhor dizendo, temos que ter a certeza que o trabalho do profissional escolhido vai acrescentar valor na vida de quem o contrata.
É natural, legítimo e correto que quando se inicia o processo de seleção se comece por uma exploração aleatória de profissionais pela internet. A escolha vai-se fazendo naturalmente, julgo eu, pela identificação com o estilo do profissional. A estética e o grau de profissionalismo é notório logo numa primeira busca e é um primeiro critério de seleção mas a seguir, a escolha tem que ser mais consistente e tem que se avaliar a fundo.
Há milhares de sites com imagens bonitas mas que não correspondem a trabalhos realizados, são meramente inspiracionais. Recolhem-se em bancos de imagens ou são imagens rendarizadas. Tudo certo! Mas não corresponde a trabalho executado, a experiência efetiva. São apenas imagens imaginárias que nunca foram aplicadas na vida real. Por princípio quem coloca essas imagens é porque não tem trabalho feito para apresentar. Por essa razão, o trabalho de um profissional de interiores com experiência não pode ser comparável a pessoas com pouca experiência, que dão conselhos ou consultas de interiorismo e decoração.
Para se selecionar o profissional é fundamental que exista uma reunião para que ambas as partes se conheçam, interajam e troquem impressões. Avaliar a capacidade do profissional é crucial. Perceber como interpreta cada cliente e verificar o seu grau de experiência e conhecimentos são fundamentais na hora da seleção e só possíveis de avaliar depois de uma conversa com o designer de interiores. A confiança que podemos depositar no profissional é o início de toda a relação que se deve gerar. Não consigo entender como alguém pode querer colocar o trabalho de projetar a sua casa na mão de um designer de interiores sem o conhecer, sem saber quem é, como trabalha…apenas pela troca de mails.
Será que o profissional inspira confiança apenas ao ver o seu site? Não consigo entender….É importante perceber se o trabalho que se pretende se ajusta às capacidades e estética do designer de interiores. Se há empatia entre ambas as partes e se se garante a satisfação do cliente a vários níveis, afinal, estamos a falar de quem vai tratar do nosso bem mais precioso e da forma como o profissional consegue tocar a vida do potencial cliente.
No meu dia a dia, recebo as mais diversos pedidos de propostas e com toda a franqueza faz-me imensa confusão que em alguns casos a primeira preocupação seja o preço e não o valor. Óbvio que os recursos são escassos e a sua otimização depende das melhores escolhas, nunca ponho essa valorização em causa e respeito-a fortemente mas esse não pode ser o primeiro critério para escolher o profissional certo. Não desvalorizo esse espeto tão importante mas entendo que a escolha do arquiteto ou designer de interiores tem que começar pela empatia que se tem com o profissional e como nos identificamos com o seu trabalho. A sua abordagem, o seu grau de criatividade, a sua experiência e o seu profissionalismo, são critérios que não se devem descurar pois são esses que fazem a diferença! É tão importante ter a certeza que a pessoa que contratamos é a certa para nós! É óbvio que a experiência e o know-how são fatores super importantes mas o trabalho do profissional de interiores tem que ir ao encontro do que o cliente pretende, do seu estilo, do seu grau de exigência, do target que pretende. Só depois se deve equacionar o preço. Primeiro o valor e só depois o preço.
Entristece-me que muitas pessoas não entendam a verdadeira diferença!
Isso só me leva a pensar que não dão importância ao valor. Tanto lhes faz que o arquiteto de interiores seja bom ou mau. O importante é fazer qualquer decoração. O trabalho de um arquiteto de interiores, de um designer ou decorador deve acrescentar valor. E como tudo na vida tem que haver uma seleção de acordo com o tipo de trabalho e para quem se trabalha é tudo uma questão de posicionamento.
Margarida Bugarim
Arquitecta de Interiores
